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Dr. Harleen Hutchinson, especialista em saúde mental, diretora executiva, The Journey Institute, Inc.

 

O nascimento de um bebê é um momento muito especial na vida de uma mulher e a espera de um novo bebê é geralmente marcada por sentimentos de alegria, satisfação e ansiedade. Porém, ao mesmo tempo, o tumulto emocional enfrentado pela mulher pode gerar outros sentimentos como tristeza, letargia, confusão e raiva baseados na dinâmica atual da família e causadores de estresse durante o desenvolvimento pré-natal. Mães que estão deprimidas, estressadas e/ou envolvidas com drogas, e em relações de violência doméstica frequentemente não são capazes de lidar com as responsabilidades da maternidade.  Entre estas responsabilidades estão proporcionar interações consistentes, carinhosas, atentas e positivas e cuidados sensíveis para o bebê. Algumas mães são capazes de desempenhar estas tarefas, mas outras têm dificuldade, o que deixa o bebê afastado e irritadiço. Quando os pais entendem como a indisponibilidade emocional, os traumas presentes ou passados e a negligência ou abuso influenciam sua habilidade de cuidar do bebê, eles têm uma maior probabilidade de confortar e protegê-lo.  A maneira como seguramos, conversamos e cuidamos de um bebê nos ensina sobre nós mesmos e determina como ele será.  Portanto, os primeiros dias, meses e anos de vida do bebê é o período quando os cuidadores podem promover a saúde mental positiva.

Quando ouvimos sobre a saúde mental de uma pessoa isto acontece frequentemente no contexto das preocupações sobre o comportamento na escola ou em casa. Além disso, essas discussões se limitam às crianças mais velhas; sendo assim, nós nos perguntamos: os bebês podem experimentar problemas de saúde mental?   A saúde mental do bebê refere-se à maneira como uma criança se desenvolve social e emocionalmente do nascimento até os cinco anos, ou a capacidade da criança do nascimento até os cinco anos de formar relacionamentos estreitos, administrar e exprimir emoções e explorar o ambiente e aprender (de zero a três).  Sendo assim, a chave para aprimorar a saúde mental de crianças pequenas é reconhecer os sinais em seu comportamento desde bem cedo.  Se você acha que seu bebê não está atingindo os marcos esperados ou não está desenvolvendo as habilidades esperadas em certa fase, agende uma consulta com o pediatra para discutir suas preocupações o quanto antes.  O diagnóstico e a intervenção precoce são importantes para evitar sérios resultados em alguns casos de distúrbios de desenvolvimento.  Se o pediatra lhe recomendar “observar e esperar”, faça o acompanhamento ligando para 211 Broward-Help Me Grow para obter uma lista dos provedores na comunidade especializados em conduzir avaliações de desenvolvimento e/ou de apego para ajudar a aliviar sua ansiedade.

Adicionalmente, reconheça que o comportamento de seu filho tem um significado. Se suspeitar de regressão de habilidades devido a alguns eventos traumáticos ou interrupção no relacionamento de apego, procure ajuda profissional. A Psicoterapia da Criança e dos Pais (CPP) é uma abordagem inovadora de tratamento em nossa comunidade que trata da saúde mental de crianças pequenas expostas a traumas ou que tenham sofrido uma interrupção em sua relação de apego. Essa é uma intervenção terapêutica baseada em evidências de trauma para crianças recém-nascidas até cinco anos e para o(a) cuidador(a) primário(a) que tenham vivido no mínimo um evento traumático (violência doméstica, morte súbita ou traumática de alguém próximo, exposição à violência, abuso, negligência, complicações médicas, problemas de comportamento, apego ou interrupção de acomodações).  O principal objetivo desta terapia é ajudar e fortalecer o relacionamento entre a criança e o cuidador como um veículo para restaurar o senso de segurança e de apego, efeitos apropriados e aprimorar as funções cognitivas, comportamentais e sociais da criança (Lieberman & Van Horn, 2004;  Lieberman et al., 2005). Para reforçar a saúde mental positiva em crianças pequenas, o ingrediente chave é garantir que integremos os serviços de saúde mental onde passam seu tempo, que pode ser sua casa, centros de cuidados infantis, escola e/ou consultório médico.  Então como podemos promover a saúde mental de nossos filhos? A partir do nascimento, pais e cuidadores podem começar a prestar atenção nos sinais, expressões faciais do bebê e a aprender como seguir suas indicações através de cuidados consistentes. Quando se responde de maneira consistente e em tempo hábil, o bebê sabe que o ambiente é seguro, que seus sentimentos são reconhecidos e que são importantes. Como pais ou cuidadores, podemos começar a entender que o comportamento tem importância e um significado para crianças pequenas. Portanto, quando entendermos melhor o que leva a um comportamento de uma criança, estaremos melhor capacitados a satisfazer suas necessidades. Como uma comunidade, podemos ajudar os pais e cuidadores a reconhecer a importância de relações positivas desde cedo e seu impacto na saúde mental futura da criança. Fortalecer parcerias contínuas com agências da comunidade especializadas na primeira infância, e outros serviços que ajudam no desenvolvimento da criança e fornecem ajuda intensiva para famílias de vários backgrounds culturais é uma excelente maneira de identificar a saúde mental do bebê desde o início.

 

Dr. Harleen Hutchinson é a diretora executiva do The Journey Institute, Inc.  Dr. Hutchinson é psicóloga, especialista em saúde mental de bebês e presidente do Broward County Infant Mental Health Workgroup.

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Saúde mental dos bebês e crianças pequenas: Mamãe, você está me ouvindo?

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