August 18, 2021
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Juliana Gerena, Psy.D. (CEO e diretora clínica da Gerena & Associates), Morgan Branco, M.A. (terapeuta da Gerena & Associates), Sydney Shear, B.A. (Gerena & Associates)

Frequentemente assumimos que a conexão entre a mente e o corpo esteja garantida. Mas, durante uma grande crise nacional, como a criada pela pandemia da COVID-19, quando famílias tentam administrar o que é o “novo normal” enfrentando adversidade ou sofrimento, as crianças e os cuidadores lidam com o fato tentando ocupar-se, sendo criativos e mantendo a saúde física e mental. Este tipo de dificuldade oferece uma grande oportunidade para observarmos como nossa saúde física afeta a nossa saúde mental. Problemas de memória podem ocorrer durante fases de estresse. Quando liberado, o cortisol, o hormônio do estresse, pode destruir neurônios na zona do cérebro responsável pela criação de memórias, o que explica porque situações angustiantes são geralmente mais difíceis de serem lembradas. O excesso de cortisol reduz também a serotonina, o hormônio da felicidade e do bem-estar. A redução pode provocar sentimentos de raiva e de dor e aumentar o comportamento agressivo e/ou levar à depressão.

Outro exemplo de conexão entre a mente e o corpo acontece quando o tédio, e não a fome, faz com que você coma um saquinho inteiro de chips. Quando estamos entediados, nossa mente não registra que não estamos com fome como faria se estivéssemos ocupados e seguindo nossa rotina normal. Da mesma maneira, muitas vezes quanto mais dormimos, mais cansados nos sentimos. Durante a crise, podemos ser tentados a dormir mais para passar o tempo. Embora descansar seja positivo, descansar demais é contraprodutivo.

Em tempos de angústia e dificuldades, estabelecer uma rotina ajuda a todos na família a manter-se saudáveis física e mentalmente. Você pode, sem dúvida, permitir que seus filhos durmam até mais tarde, mas tente incutir uma estrutura consistente para acordar e começar o dia de forma a melhorar a produtividade e o humor. Despertar em uma hora razoável é o primeiro passo. Planejar o dia em casa com sua família é o próximo passo complicado. Seja criativo, permaneça ativo e passe um tempo de qualidade juntos. Esses são acontecimentos que geralmente assumimos como certos e que podemos praticar durante as fases difíceis. Fazer exercícios reduz o estresse e a ansiedade, e melhora o humor e a produtividade ao liberar endorfinas e serotonina, que é outro exemplo de conexão mente/corpo. A mente e o corpo são aliados poderosos e em tempos difíceis você deve garantir que se tornem melhores amigos. Pensamentos e emoções podem afetar seu estado físico sendo muito fácil sentir-se desanimado quando você está preso, sem poder sair de casa. Há várias maneiras para você e sua família fortalecer a conexão mente/corpo e ser criativo para manter-se “são” durante essa fase difícil.  

Veja abaixo dez ideias que podem ajudá-lo a estar seguro e saudável física e mentalmente durante fases difíceis:

1. Cozinhe refeições saudáveis junto com sua família.

2. Complete um quebra-cabeças ou um cubo mágico (Rubik’s cube).

3. Jogue xadrez, damas ou baralho.

4. Crie arte e faça trabalhos manuais.

5. Aprenda um idioma.

6. Faça meditação! Tente deitar com os olhos fechados, palmas da mão para cima e concentre-se em sua respiração. Ou passe 20 minutos sentado com as pernas cruzadas e repita para si mesmo uma palavra que o acalme. Ou imagine que está em um “lugar feliz” enquanto ouve uma música tranquila.

7. Escreva mensagens, especialmente notas de agradecimento.

8. Arrume um espaço e acampe dentro de casa com cobertores, pipoca e filmes.

9. Escreva um livro com sua família. Escolha um personagem e peça que cada um escreva um capítulo sobre suas aventuras. Leia em voz alta.

10. Organize uma caça ao tesouro dentro de casa.

A seguir cinco exercícios que vocês podem fazer juntos para se manter ativos:

1. Bear Crawls (andar do urso): Palmas e pés apoiados no chão, arqueie as costas para que pareça um urso. Corra assim com seus filhos na sala. Veja quem ganha para ficar ainda mais divertido! Quem pode “rugir” mais alto?

2. Star Jumps (polichinelos): Fique em pé e salte bem alto, abrindo as pernas e braços de modo que pareça um “X” grande no ar. Assim que saltar, exclame: “Eu sou uma estrela!”.

3. Sit Ups (exercício abdominal): É um clássico. Você pode usar o sofá ou a mesa de centro para segurar seus pés se precisar de suporte, ou pedir ao seu filho que segure seus pés e vice-versa.

4. Lunges (exercício para as pernas): Dê um passo para a frente e dobre o joelho para a frente em um ângulo de 90 graus. O objetivo é que o joelho de trás toque o chão sem deixar que o joelho da frente se alongue além dos dedos do pé. Para tornar o exercício mais difícil, carregue uma criança (pequena) em cada braço e faça o exercício andando pela sala.

5. Planks (prancha): Cotovelos no chão e equilibrado na ponta dos dedos dos pés, fique de frente a alguém da família e veja quem pode permanecer na posição por mais tempo. Para ser mais divertido, peça à criança que seja menor que sente em suas costas e veja quanto tempo você pode resistir! 

 

 

 

 

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