May 22, 2020
Family Support
Education
Health and Mental Care
mother and father with two girls in he table helping with homework

Judith Lavori Keiser

Nós, como pais, temos uma tarefa árdua: ajudar nossos filhos a se tornarem adultos responsáveis. Enfrentamos o nosso próprio dia a dia e, ao mesmo tempo, tentamos ensinar os filhos a tomar decisões inteligentes, a expressar seus sentimentos com clareza e compaixão, e a controlar suas ações. Essas habilidades são difíceis até mesmo para os adultos!

O crescimento mental, físico e emocional acontece tanto através de pequenos passos como através de saltos enormes, sendo raramente fácil ou previsível. Como os pais podem ajudar os filhos a serem bem-sucedidos nessa tarefa gigantesca? Nós os ensinamos tanto por palavras como por ações. Quanto mais servimos como modelo daquilo que desejamos que nossos filhos aprendam, mais eles aprenderão a se tornar adultos prestativos, organizados e sensatos.

É também importante descrever comportamentos sensatos e maduros através de exemplos. Para crianças pequenas, isso inclui dar-lhes opções do que comer ou vestir, do que fazer nas horas de lazer para que pratiquem como tomar decisões. Mas educar bem um filho envolve enfatizar a saúde, a segurança e o bem-estar do filho acima de tudo, limitando o universo das
escolhas possíveis: nós nunca devemos incentivá-lo a ter comportamentos que não sejam seguros ou saudáveis.

Eu deixaria meu filho escolher entre usar a camisa verde ou a azul. Sei que ele ficaria bem com qualquer uma das duas, então não faz diferença. E ambas as opções atingem meu principal objetivo: protegê-lo do sol e do frio.

Quando ele preferiu interromper as aulas de piano, eu lhe disse que poderia escolher outro instrumento desde que a música continuasse a fazer parte de sua vida porque ela agrega à qualidade de vida. Novamente, dentro do universo do que é possível, ele teve autonomia, o que lhe proporcionou a prática valiosa de exercer uma escolha e tomar decisões.

Quando a criança fica maior, sua capacidade física e mental cresce também, atingindo novos níveis de desenvolvimento de habilidades. Começa a querer participar em mais esportes, hobbies e atividades acadêmicas e a ficar mais aberta às influências do mundo além da família. A autoridade dos pais não é mais aceita sem questionamento, apenas “porque eu falei e eu sou sua mãe”. Os pais precisam ajustar-se continuamente às novas fases do relacionamento, expandindo o universo das possibilidades, mas continuando a permitir apenas opções que sejam possíveis. É um equilíbrio delicado entre evitar que a criança faça tudo o que quer e achar que está preparada para isso, e orientá-la em direção a aquilo que sabemos ser necessário para que se torne um adulto sensato.

Felizmente, existem recursos disponíveis para reduzir a pressão sentida pelos pais enquanto tentam atingir esse equilíbrio. Uma maneira de abordar áreas de mudança é a elaboração e a negociação de acordos reais escritos criados entre os pais e os filhos adolescentes. Elaborar um acordo demonstra a seriedade com que os pais encaram sua responsabilidade em relação aos filhos. Os acordos descrevem o universo de possibilidades com base na preocupação dos pais pela saúde, segurança e bem-estar. E o processo de negociação desse acordo oferece ao filho em idade de crescimento a prática de tomar e de explicar decisões.

As situações sobre as quais os acordos podem ser negociados (e a formalidade desses acordos) dependem da idade da criança, começando do que comer, vestir e a hora de dormir até o uso do celular, os privilégios ao dirigir e o horário de voltar para casa. Mas os mesmos princípios orientam a maneira pela qual os pais devem abordar todas as negociações:

Explique o universo de possibilidades, conectando suas expectativas com a sua preocupação com a saúde, segurança e bem-estar de seu filho. Por exemplo, no contrato sobre dirigir o carro, seu filho não poderá dirigir para a escola a menos que tenha dormido no mínimo 6 horas à noite. A falta de sono compromete o discernimento.

Explique que o acordo é uma maneira de viver seus valores.Outros pais podem assumir riscos com a segurança dos filhos,mas não é por isso que você vai considerar esse comportamento como uma boa prática de educação.

Permita escolhas dentro do acordo.Isso lhe dá a oportunidade de ouvir o processo mental da tomada de decisões de seu filho para que possa lhe dizer como as opções são bem pensadas e sugerir que considere outras opções.

Nenhum acordo pode conter todos os ângulos ou prevenir todos os problemas possíveis.Mas existem várias e boas razões para negociar acordos com seu filho:

Um bom acordo pode evitar muitos problemas.

• O processo de elaborar e negociar um acordo com seu filho vai expor muitos fatores que fazem parte de uma tomada de decisões adequada e proporcionar uma experiência valiosa de tomada de decisões com uma orientação afetuosa.

• Talvez o mais importante seja que o processo é um ótimo exemplo de conectar-se para obter soluções para as áreas de conflito atuais e de tomar passos proativos para prevenir áreas futuras de conflito. É dessa maneira que um adulto responsável e sensato aborda a vida. É uma excelente forma de ajudar nosso filho a chegar um passo mais perto em direção a ser um adulto responsável que consiste no papel mais importante dos pais. 

Judith Lavori Keiser fundou The Culture Company para orientar as crianças em direção à empatia através de programas multiculturais que visam a paz. Desenvolveu seus seminários e livros “Pearls” para inspirar adultos a viver uma vida com preparo e paz. Contate Judy em info@peacethruplay.com.

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Acordo entre pais e filhos: orientando os filhos para que se tornem adultos responsáveis

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